O plantio de arroz no Rio Grande do Sul alcançou 12% da área projetada, mas enfrenta desafios significativos. A irregularidade das chuvas e a alta umidade do solo têm dificultado o preparo das áreas e o avanço das atividades no campo. Em períodos de tempo mais firme, observa-se uma retomada gradual do plantio, especialmente em áreas com melhor drenagem.
A situação reflete um menor uso de insumos, impactado pela queda dos preços de comercialização do arroz. Essa redução nos preços tem afetado a capacidade de investimento e a sustentabilidade econômica do setor, gerando preocupação entre os produtores.
A safra de arroz irrigado 2024/2025 registrou uma produtividade média de 9.044 kg por hectare em 970.216 hectares colhidos, resultando em 8,76 milhões de toneladas. No entanto, para a safra 2025/2026, a estimativa é de uma redução de 5,17% na área plantada, totalizando 920.081 hectares. A produtividade prevista é de 8.752 kg por hectare, o que deve resultar em uma produção de 8,05 milhões de toneladas – uma queda de 8,10% em relação ao ciclo anterior.
Na região administrativa de Bagé, o excesso de umidade tem atrasado as atividades de campo. A área semeada até o momento é significativamente inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Em áreas próximas aos rios Uruguai, Ibicuí e Itu, muitas propriedades permanecem alagadas ou com acesso restrito, com estimativa de redução de até 10% na área cultivada. Em São Gabriel, o plantio em sistema pré-germinado já alcança 70% da área prevista, enquanto na Campanha, o plantio ocorre de forma pontual.
Em Pelotas, o ritmo de semeadura é mais acelerado, com 34% da área total plantada. Os períodos de sol e as temperaturas mais altas favoreceram o preparo do solo. As chuvas do início de outubro ajudaram a recuperar a umidade superficial sem prejudicar o andamento das operações.
Na região de Santa Maria, o plantio teve início, mas o excesso de chuvas atrasou o progresso das lavouras. Em Cacequi, a semeadura está lenta e irregular, alcançando apenas 5% da área prevista. Danos em estradas e pontes dificultam o transporte de máquinas e insumos, elevando os custos operacionais.
Na região de Santa Rosa, a implantação das lavouras permanece suspensa devido à saturação do solo. A preocupação dos produtores é com a possível sobreposição do plantio do arroz e da soja, o que pode causar disputa por mão de obra e logística durante a colheita.
Na região de Soledade, os trabalhos de custeio e semeadura inicial avançaram, atingindo 10% da área total prevista. O clima mais estável da última semana favoreceu o preparo do solo e o início do plantio em sistemas pré-germinado e em solo seco. O estabelecimento inicial está dentro da normalidade, com boa emergência das plantas. A janela de semeadura permanece aberta até dezembro.
Fonte: noticiasrs.com.br