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Secretaria da Saúde passa a Realizar Exames para Detecção de Metanol em Casos Suspeitos

Análise realizada com cromatógrafo gasoso é considerada padrão-ouro para diagnóstico - Foto:...

O Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT) agora realiza exames laboratoriais para identificar metanol em casos de suspeita de ingestão durante o consumo de bebidas alcoólicas. A iniciativa, implementada na segunda-feira (13/10), visa fortalecer a capacidade do Rio Grande do Sul no enfrentamento de possíveis intoxicações por essa substância altamente perigosa.

Com o aumento de casos suspeitos, a Secretaria da Saúde (SES) estruturou a realização dos exames no CIT, que se torna referência estadual para este tipo de análise. Anteriormente, os testes eram conduzidos pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), enquanto o CIT preparava sua estrutura técnica. O IGP agora se concentrará nos testes em bebidas alcoólicas.

O CIT iniciou os trabalhos como ponto de referência analisando as três primeiras amostras recebidas. Os laudos foram emitidos ainda na segunda-feira, com resultados negativos para os casos suspeitos registrados em Viamão, Santana do Livramento e Caxias do Sul.

Até o momento, o estado registra um caso confirmado de intoxicação por metanol, envolvendo um morador de Porto Alegre que apresentou sintomas após consumir bebida alcoólica em São Paulo (SP) no mês anterior. O diagnóstico foi feito por um laboratório da rede privada.

Segundo a secretária da Saúde, Arita Bergmann, “Com a nova estrutura, o Rio Grande do Sul passa a ser um dos poucos estados com capacidade própria para este tipo de diagnóstico. Nossa equipe já tem experiência em análises toxicológicas e agora atua também na identificação de metanol”.

Espera-se que os resultados dos testes sejam divulgados em até 24 horas, de segunda a sexta-feira. O CIT mantém plantão para receber amostras também aos finais de semana e feriados. Até o início da tarde da segunda-feira, não haviam sido recebidas novas amostras para análise.

De acordo com a farmacêutica bioquímica Sabrina Nunes do Nascimento, o laboratório já possuía o equipamento necessário, um cromatógrafo gasoso com espectrometria de massas, utilizado para detectar substâncias químicas em amostras biológicas. Para implementar a análise de metanol, foram feitas adaptações em métodos, testes e construção de curvas de calibração para garantir resultados confiáveis, precisos e exatos.

Durante a implantação, foi estabelecida uma parceria com o IGP para o compartilhamento de informações. O CIT repetiu um exame com laudo negativo emitido pelo IGP, confirmando o resultado.

A análise realizada com o cromatógrafo gasoso é considerada o padrão-ouro para detectar, confirmar ou descartar a presença de metanol, com alta sensibilidade e especificidade.

O exame de identificação de metanol no sangue segue as seguintes etapas: uma amostra de sangue é preparada e colocada no equipamento, aquecida e transformada em gás. O gás passa por um tubo fino, onde as substâncias se separam e são identificadas pelo detector, permitindo que o aparelho reconheça o metanol e determine sua concentração.

Além de identificar a presença da substância, a análise também permite quantificar o metanol no sangue. A concentração é o que determina a gravidade da intoxicação e as medidas de tratamento necessárias. Em concentrações elevadas, o metanol é extremamente tóxico, podendo causar cegueira, coma e até a morte.

Além de laboratório de referência, o CIT é o ponto focal para a notificação inicial de casos suspeitos, por meio do telefone 0800-721-3000, com atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana. O serviço oferece suporte direto aos profissionais de saúde, auxiliando na avaliação do caso e fornecendo orientações especializadas.

Fundado em 1976, o CIT atua em regime de plantão permanente, prestando suporte a profissionais de saúde no atendimento de exposições químicas, incluindo intoxicações por medicamentos, drogas, pesticidas, produtos químicos, plantas tóxicas e animais peçonhentos.

Fonte: jornalrotadomar.com.br

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