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Crise abalou Confiança e Atrasou o Pix Parcelado no Brasil

Sede do Banco Central, em Brasília 18/12/2024 REUTERS/Adriano Machado

O adiamento da regulamentação do Pix Parcelado surge em um momento delicado para o setor financeiro, marcado por ataques cibernéticos e investigações policiais que expuseram o uso de fintechs por organizações criminosas. Essa sequência de eventos gerou desconfiança no mercado e forçou uma mudança de prioridade, com foco na segurança e solidez do sistema financeiro.

Especialistas que participaram do evento Fitch in Fintechs 2025, realizado recentemente, concordam que o Banco Central (BC) precisou repensar sua estratégia, priorizando a reconstrução da confiança no sistema. “Não dá para continuar inovando se a base de confiança foi abalada. O momento é de reconstrução, e isso exige uma mudança de postura de todo o ecossistema”, afirma Auziane Morais, líder de compliance do Stark Bank.

O BC enfrenta um dilema: como preservar a credibilidade do sistema financeiro sem, ao mesmo tempo, frear a inovação? Para Pedro Carvalho, diretor sênior da Fitch Ratings, o redirecionamento de esforços para conter riscos inevitavelmente atrasa outros projetos, impactando principalmente fintechs e fornecedores de infraestrutura. “Muitos players estavam se preparando para a padronização do Pix Parcelado, por exemplo. Com o adiamento, esses investimentos ficam represados. A incerteza pesa, porque as empresas dependem de previsibilidade para crescer”, complementa.

No âmbito das fintechs, a cooperação e a governança se tornaram palavras-chave. A prioridade é recuperar a confiança dos usuários, mesmo que isso signifique deixar a competição por inovação em segundo plano. O setor demonstra maior abertura para compartilhar informações e criar mecanismos de autorregulação.

A questão da governança também é crucial, tanto na gestão de colaboradores das instituições financeiras quanto na escolha de prestadores de serviço. É fundamental que as empresas realizem a devida diligência ao selecionar seus Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI), avaliando suas políticas e infraestrutura de cibersegurança.

Em resposta à crise, o Banco Central anunciou medidas de segurança, incluindo a exigência de capital mínimo de R$ 15 milhões para PSTIs e certificação de segurança para empresas responsáveis por instituições de pagamento não autorizadas no Pix.

A crise também reacendeu o debate sobre a sobreposição entre reguladores, como o BC e a CVM, que pode gerar brechas exploradas por criminosos.

Entre os eventos que contribuíram para a crise, destacam-se as operações da Polícia Federal que desmantelaram um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, liderado por membros do PCC, e os ataques cibernéticos a instituições financeiras como C&M Software, Monbank e Sinqia, que resultaram em desvios milionários.

Fonte: www.infomoney.com.br

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