A emblemática chaminé da Usina do Gasômetro, um marco de 117 metros que define a paisagem urbana de Porto Alegre, passará por um processo de restauração. A medida se faz necessária devido ao risco de queda de reboco da estrutura, que está isolada há meses por questões de segurança.
A prefeitura da capital gaúcha planeja contratar uma empresa para executar a obra em 2026, embora a data exata para o início dos trabalhos ainda não tenha sido definida. O investimento previsto para a restauração é de R$ 5 milhões.
Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, a conclusão da obra está estimada em quatro meses a partir de seu início. Em 2023, um estudo contratado pela prefeitura avaliou a condição da chaminé e apontou a necessidade de intervenção.
“Não há nenhum grande risco, exceto a questão do reboco. Será um restauro da parte superficial, mantendo as características originais”, explicou o secretário. A prioridade inicial era iniciar a obra em 2024, mas a enchente e o desvio de recursos para outras emergências impossibilitaram o cronograma original.
A restauração consistirá principalmente na substituição do reboco existente, sem pintura posterior, preservando as características originais da estrutura. Para a execução dos trabalhos, serão montados andaimes ao redor da chaminé. Em alguns pontos, o acesso será feito por meio de rapel ou com o uso de braços elevatórios.
A última reforma significativa na chaminé ocorreu entre 1986 e 1989, durante a gestão do então prefeito. Em administrações passadas, chegou a ser considerada a instalação de um elevador para exploração turística do topo da chaminé, mas a ideia foi descartada devido à inviabilidade econômica.
A estrutura da chaminé é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). A chaminé é mais alta que o Edifício Santa Cruz, considerado o maior da capital, que possui 107 metros.
A Usina do Gasômetro foi construída ao lado do antigo Cadeião, em 1928, para produzir energia elétrica através da queima de carvão mineral. A emissão de fumaça e resíduos causava poluição e desvalorização de imóveis na época. Para solucionar o problema, a chaminé de 117 metros foi construída em 1937.
Em 1974, a usina foi desativada e, após anos de discussões, o prédio foi reformado e reaberto como centro cultural em 1991. Recentemente, a Usina do Gasômetro passou por uma revitalização que custou R$ 25,9 milhões e foi finalizada em agosto.
A prefeitura busca agora transferir a gestão do espaço para a iniciativa privada, o que está sendo analisado pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) no Rio Grande do Sul.
Fonte: Serra e Litoral