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MP Garante Condenação por Adulteração de Leite em Taquara

Foto: MPRS

MP Garante Condenação em Taquara por Adulteração de Leite: Esquema de Fraude no RS e a Atuação do “Alquimista”

 

O Ministério Público do Rio Grande do Sul  obteve a condenação de dois réus envolvidos na adulteração de leite cru, um crime investigado na Operação Leite Compen$ado V, deflagrada em 2014, com ações na cidades de  Taquara no Vale do Paranhana e nos Vales do Taquari e do Sinos.

 

As investigações revelaram que o leite estava sendo fraudado com a adição de substâncias perigosas para a saúde pública, incluindo água, formol e bicarbonato de sódio, visando aumentar o volume e mascarar a má qualidade do produto.

 

O Histórico Crimininal do “Mago do Leite”

 

Um dos condenados é o químico industrial Sérgio Alberto Seewald, amplamente conhecido pela alcunha de alquimista ou “mago do leite”. Natural de Ivoti, Seewald tem um longo e preocupante histórico de envolvimento em fraudes no setor de laticínios:

 

  • Início dos Anos 2000: As primeiras investigações contra ele remontam a 2005, por suspeita de adulterações ilegais em produtos lácteos quando era sócio proprietário de uma empresa em Estrela.

 

  • Operação Leite Compen$ado V (2014): Foi alvo desta fase da operação por participação na adição de químicos (soda cáustica, bicarbonato e água oxigenada) em uma indústria no Vale do Taquari.

 

  • O Modus Operandi: Conforme o MPRS, mesmo após as primeiras prisões e estando impedido judicialmente de atuar no setor (chegando a ter a ordem de usar tornozeleira eletrônica), o químico voltava a prestar assessoria clandestina.

 

  • Ele elaborava “fórmulas” complexas com percentuais exatos de soda cáustica e água oxigenada para ajustar o pH e recuperar leite vencido ou azedo, fazendo com que as fraudes fossem difíceis de detectar em exames de fiscalização.

 

  • O material era muitas vezes tratado internamente com codinomes como “vitamina” ou “receita”.

 

  • Recorrência Recente (2024): Sua persistência no crime foi confirmada ao ser novamente preso na Operação Leite Compen$ado 13, por atuar em uma indústria em Taquara, fornecendo fórmulas para adicionar soda cáustica e água oxigenada em produtos, incluindo leite que era destinado à alimentação de escolas.

 

Sentença e Penas Aplicadas

 

A Justiça reconheceu a gravidade das condutas e determinou que os réus iniciem o cumprimento das penas em regime fechado, sem direito de apelar em liberdade.

 

As penas de prisão aplicadas foram:

 

  • Sérgio Alberto Seewald (Químico industrial): 11 anos e 8 meses de reclusão.

 

  • Segundo réu: 10 anos de reclusão.

 

A decisão judicial também prevê o perdimento de bens e a comunicação à Justiça Eleitoral. O promotor de Justiça já anunciou que recorrerá em segunda instância para buscar a condenação de outros transportadores de leite que foram absolvidos.

 

Contexto: O Impacto da Operação Leite Compen$ado no RS

 

A Operação Leite Compen$ado, que se estendeu por mais de 13 fases desde 2013, expôs um esquema de fraude sistêmico que atingiu a cadeia produtiva em dezenas de municípios do Rio Grande do Sul (como Teutônia, Lajeado, Ijuí e Erechim).

 

Consequências e Mudanças:

 

  • Aumento da Fiscalização: Houve uma intensificação drástica na coleta e análise laboratorial de amostras de leite pelo MAPA e órgãos estaduais.

 

  • Acordos e Compensação (TACs): O MPRS firmou Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) que reverteram milhões de reais para equipar os órgãos fiscalizadores.

 

  • Melhoria na Qualidade: Registrou-se uma queda significativa na detecção de fraudes por adição de químicos, indicando maior controle na produção.

 

Conclusão:

 

A condenação dos envolvidos, em especial a do químico industrial com histórico de reincidência, reforça a atuação rigorosa do Ministério Público do Rio Grande do Sul em punir crimes que colocam em risco a saúde da população.

 

Os resultados desta e das demais fases da Operação Leite Compen$ado são essenciais para promover maior segurança e restaurar a confiança na qualidade da cadeia produtiva de leite no estado.

 

Fonte : MPRS

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