A canola se destaca no cenário agrícola do Rio Grande do Sul, registrando um aumento significativo em sua área de cultivo. Dados recentes revelam que a cultura oleaginosa ocupou 176.076 hectares no estado, representando um crescimento de 19,07% em relação aos 147.879 hectares cultivados no ano anterior. A produção total estimada alcança 292.049 toneladas, um salto de 39,85% em comparação com o ano passado. A produtividade, no entanto, apresentou uma ligeira revisão para baixo, atingindo 1.659 quilos por hectare, uma redução de 4,49% em relação à previsão inicial.
No contexto dos principais cultivos de inverno, a canola se sobressai, dividindo o protagonismo do crescimento apenas com a aveia branca, enquanto trigo e cevada experimentaram um recuo em suas áreas de plantio.
Especialistas do setor apontam uma combinação de fatores para explicar a expansão da canola. A cultura tem demonstrado um desempenho positivo em termos de produção e produtividade, impulsionada por um mercado sólido, considerado o principal trunfo da canola e da cevada.
A existência de cadeias curtas de produção confere a esses produtos uma vantagem competitiva em relação a outros. Além disso, o incentivo de grandes empresas processadoras, como uma indústria localizada em São Luiz Gonzaga, e o conhecimento técnico consolidado entre os produtores, contribuem para tornar o cultivo mais seguro e contínuo.
A canola produzida no Rio Grande do Sul é transformada em farelo e óleo, com aplicações tanto na indústria alimentícia quanto na produção de biodiesel. O estado também se destaca na exportação do grão.
A perspectiva para o futuro da cultura é considerada promissora, com a consolidação de produtores que adotam a canola de forma permanente, afastando a instabilidade observada em anos anteriores. A canola oferece uma remuneração competitiva, com preços equivalentes aos da soja, tornando-a uma opção atraente para os agricultores.
Atualmente, o ciclo da canola se aproxima do fim, com predominância das fases de maturação e colheita, embora algumas áreas menores ainda estejam em fase de enchimento de grãos. Os rendimentos médios variam entre 1.500 e 2.100 kg/ha, dependendo do nível tecnológico empregado. No mercado, a saca de 60 quilos da canola é negociada a R$ 124,50 na região de Ijuí e R$ 125,97 em Santa Rosa.
A qualidade dos grãos tem se mostrado satisfatória na maioria das áreas, embora a presença de impurezas e umidade elevada possa comprometer a rentabilidade. As condições climáticas favoráveis ao longo do ciclo de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo resultaram em uniformidade e bom estado fitossanitário, com baixa incidência de doenças foliares.
No entanto, a presença de pragas, como a traça-das-crucíferas, exigiu aplicações sequenciais de inseticidas. A dessecação química tem sido utilizada para uniformizar a maturação e facilitar a colheita.
Fonte: noticiasrs.com.br