O Rio Grande do Sul se prepara para enfrentar um período crítico, com o aumento do risco de inundações em diversas regiões.
Órgãos de monitoramento hidrológico alertam para a combinação perigosa de chuvas intensas, ventos fortes e a rápida elevação dos níveis de rios e arroios.
Embora as medições atuais indiquem níveis hidrológicos dentro da normalidade na maior parte do estado, a previsão aponta para uma mudança drástica e potencialmente perigosa entre sexta-feira e sábado.
A formação de um ciclone extratropical no oceano, resultado do aprofundamento de um sistema de baixa pressão, deve desencadear tempestades severas em várias áreas.
O risco de alagamentos urbanos, enxurradas e cheias súbitas é elevado, especialmente em bacias com tempo de resposta rápido.
Apesar dos níveis iniciais estáveis, a chegada de grandes volumes de chuva em um curto período cria as condições ideais para inundações repentinas. Espera-se que as precipitações variem entre 60 e 100 mm, podendo ultrapassar 150 mm em pontos isolados, dentro de um período de 6 a 12 horas.
Essa quantidade de água representa uma pressão significativa sobre rios menores, arroios e sistemas de drenagem urbana.
Os principais pontos de atenção, de acordo com os hidrólogos, incluem a elevação rápida dos níveis de água em arroios e pequenos rios, principalmente em áreas de declive, alagamentos urbanos de grande escala caso a capacidade de absorção seja excedida, e cheias rápidas em bacias de pequeno e médio porte, onde o tempo de resposta é mais curto.
As bacias do Caí e do Sinos, conhecidas por seu histórico de enchentes rápidas, são apontadas como áreas de maior risco imediato.
Na bacia do Rio Caí, os municípios de São Sebastião do Caí e Montenegro podem atingir níveis de inundação. O rápido acúmulo de chuva e as características do terreno aumentam significativamente o risco de transbordamento.
Na bacia do Rio Paranhana, afluente do Sinos, os municípios de Três Coroas e Igrejinha estão sob atenção e alerta. As bacias do Sinos e do Caí são consideradas as mais vulneráveis à combinação de chuvas intensas e rápida resposta hidrológica.
Entre a madrugada de sexta-feira e a manhã de sábado, o estado enfrentará tempestades severas, com rajadas de vento superiores a 100 km/h, possibilidade de granizo de grande porte, descargas elétricas intensas, formação de linha de instabilidade e risco de tornados, especialmente no Norte e Noroeste.
A chuva extrema em poucas horas, com volumes de 60 a 100 mm/dia em grande parte do Norte, Missões e Noroeste, e acumulados que podem ultrapassar 150 mm em pontos isolados, deve ocorrer entre 6 e 12 horas, da madrugada ao início da tarde de sexta-feira.
Nas demais regiões, os volumes variam entre 10 e 50 mm/dia, mas ainda com potencial para transtornos urbanos.
Durante a madrugada e a manhã de sábado, o ciclone extratropical permanece ativo, com chuva moderada a forte na Costa Doce,
Litoral Norte e Médio e Região Metropolitana, acumulados entre 30 e 75 mm/dia, e ventos de 50 a 85 km/h em grande parte do estado, com rajadas acima de 100 km/h entre o Litoral Médio e Norte. A partir da tarde, o tempo começa a se estabilizar no interior.
No domingo, uma área de alta pressão atmosférica deve trazer tempo estável, com presença de sol e nebulosidade variável. Apesar da melhora, o solo encharcado e os rios ainda elevados exigem atenção contínua.
Os acumulados previstos para o evento são de 80 a 120 mm no Oeste, Centro, Nordeste e Serra, mais de 150 mm nas Missões,
Noroeste e Norte, e 30 a 80 mm nas demais regiões, o que reforça o potencial de enchentes localizadas, enxurradas e alagamentos intensos.
Fonte: Litoral Mania
