Uma operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quinta-feira prendeu preventivamente um empresário de Ijuí, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Ele é suspeito de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro, rifas clandestinas e possíveis fraudes em sorteios virtuais.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia Federal de Santo Ângelo, apura um esquema que teria movimentado quantias significativas e beneficiado pessoas próximas ao investigado.
Além da prisão, a ação resultou no bloqueio de milhões de reais em contas bancárias e na apreensão de veículos de luxo pertencentes ao suspeito, evidenciando a seriedade das acusações e a extensão das investigações.
Durante o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, um em Ijuí e dois em Chapecó, Santa Catarina, os agentes apreenderam uma camionete RAM e um Chevrolet Camaro. Constatou-se que, embora estivessem em posse do empresário, os veículos estavam registrados em nome de terceiros, o que pode indicar uma tentativa de ocultação patrimonial.
Além dos veículos, também foram apreendidos celulares que podem conter informações relevantes sobre o funcionamento da suposta organização responsável pelas rifas ilegais.
A Vara Criminal Especializada em Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro determinou o bloqueio de R$ 4 milhões nas contas bancárias do empresário de Ijuí. A Polícia Federal justifica o bloqueio em razão da suspeita de movimentações financeiras atípicas e incompatíveis com a renda declarada.
Outro investigado, residente em Chapecó, teve R$ 300 mil bloqueados. As medidas cautelares visam impedir a dissipação de bens e assegurar o eventual ressarcimento às vítimas.
As investigações se iniciaram após denúncias indicarem que o empresário estaria promovendo rifas virtuais sem a devida autorização legal. As denúncias relatavam manipulação nos sorteios, indicando que os ganhadores seriam pessoas próximas ao investigado, e que os prêmios, supostamente, nunca eram entregues a participantes reais.
Diante dos indícios, a Polícia Federal intensificou o monitoramento e identificou suspeitas de lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e participação de terceiros no esquema.
O empresário foi conduzido à delegacia e será encaminhado ao Presídio de Santo Ângelo, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A Polícia Federal solicita que possíveis vítimas das rifas clandestinas compareçam à Delegacia da PF em Santo Ângelo para registrar suas queixas e auxiliar na investigação. O depoimento de participantes lesados pode contribuir para esclarecer o funcionamento do esquema e fortalecer a denúncia.
Rifas virtuais têm crescido em popularidade nos últimos anos, mas muitas operam sem a devida regulamentação, abrindo espaço para crimes de lavagem de dinheiro, fraudes nos resultados, falsa entrega de prêmios e ocultação de bens em nome de terceiros.
A operação reforça o combate da PF contra atividades que envolvem crimes financeiros e organização criminosa, respondendo a denúncias crescentes na região Sul do país.
Fonte: Polícia Federal / Divulgação