A ERS-389, conhecida como Estrada do Mar, persiste como um ponto crítico para quem reside ou visita o Litoral Norte. A rodovia, parte integrante da rotina local, infelizmente também se tornou frequente nos noticiários devido a acidentes, alguns com desfechos trágicos. Um incidente recente, ocorrido nesta semana, ceifou a vida de um jovem de 28 anos, com as causas ainda sob investigação.
Inaugurada no início dos anos 1990, a estrada foi idealizada para facilitar o acesso às praias gaúchas, aliviando o tráfego na BR-101. No entanto, seus 90 quilômetros de pista simples, sem acostamento e com iluminação precária em grande parte de sua extensão, concentram o trânsito de moradores, trabalhadores, estudantes, caminhoneiros e turistas. Conectando diversos municípios do Litoral Norte, de Osório a Torres, a rodovia expõe as limitações de uma infraestrutura que já não suporta o volume de tráfego atual.
O Litoral Norte passou por transformações significativas. Novos bairros e condomínios surgiram ao longo da rodovia, impulsionando o número de veículos. A região deixou de ser apenas um destino de férias para se tornar o lar de milhares de pessoas que vivem e trabalham ali durante todo o ano. No entanto, a Estrada do Mar parece não ter acompanhado esse desenvolvimento, permanecendo estagnada diante do crescimento da região.
A imprudência de alguns motoristas agrava a situação, resultando em ultrapassagens perigosas, acidentes e uma sensação constante de insegurança. Esses são sintomas de um problema que se prolonga há décadas e que exige uma abordagem planejada e séria.
A duplicação da Estrada do Mar é uma necessidade urgente, mas a solução vai além disso. É preciso repensar a mobilidade regional, reconhecendo que o Litoral Norte não é mais um destino sazonal e que o desenvolvimento de suas cidades depende de uma infraestrutura viária adequada.
Atualmente, a Estrada do Mar reflete um crescimento que superou a capacidade de deslocamento. No entanto, não é mais possível adiar o debate e, principalmente, as ações. Cada novo acidente traz o problema de volta à tona.
A região em expansão necessita de uma estrada que acompanhe seu ritmo, pois o Litoral Norte não cabe mais em uma única pista.
Fonte: litoralnarede.com.br