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Fábricas de calçados fecham em Chapada e demitem mais de cem

Fernando Kopper

As fábricas de calçados Azul Safira e LQ, situadas em Chapada, município do norte do Rio Grande do Sul, encerraram suas operações após quase uma década e meia de atividade. O encerramento definitivo ocorreu na sexta-feira, dia 10, resultando na demissão de 135 funcionários e na devolução da área industrial à prefeitura local. Chapada possui uma população estimada em 9,5 mil habitantes.

Representantes das empresas apontam que a decisão de fechar as fábricas não está ligada diretamente a recentes medidas tarifárias, mas sim a um acúmulo de dificuldades enfrentadas desde o início da pandemia. O setor calçadista tem passado por um período desafiador, marcado pelo aumento nos custos de produção, diminuição na demanda e impactos das mudanças climáticas, que afetaram o consumo de produtos específicos, como botas femininas, um dos principais artigos fabricados pelas indústrias.

Antes da crise sanitária global, a produção diária das fábricas girava em torno de 7,5 mil pares de calçados. Contudo, nos últimos meses, esse volume registrou uma queda significativa, atingindo a marca de 2,5 mil pares diários – uma retração de aproximadamente 66%. O quadro de funcionários também sofreu uma redução considerável, passando de 320 para 135, representando uma diminuição de 58% no número de empregados. As empresas, que contavam com acionistas chineses, destinavam cerca de 80% de suas vendas para o estado de São Paulo, um dos maiores centros consumidores do país.

Com o fim das atividades, o prédio industrial, com uma área de 5.790 metros quadrados, será devolvido à prefeitura de Chapada. A administração municipal pretende destinar o espaço para novos projetos ou buscar outras empresas interessadas em ocupar o local, visando mitigar o impacto econômico negativo causado pelo fechamento das fábricas, que eram uma importante fonte de emprego e renda para o município.

O encerramento das operações em Chapada reflete uma tendência preocupante no setor calçadista do Rio Grande do Sul, que tem sentido os efeitos de invernos mais curtos e amenos, além da diminuição do consumo interno. Diversas indústrias que dependiam das coleções de inverno enfrentam agora estoques elevados e uma redução nas margens de lucro, o que agrava a situação do setor na região.

Fonte: noticiasrs.com.br

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