Diretor do Frigorífico Zimmer se manifesta após protesto de ex-funcionários.
Na última sexta-feira, 21 de novembro de 2025, a RS-239, em Parobé (RS), foi palco de uma manifestação de dezenas de ex-funcionários do Frigorífico Zimmer.
O protesto ocorreu em frente à sede da empresa e reflete a profunda preocupação dos trabalhadores em relação ao pagamento de seus direitos trabalhistas após as recentes demissões.
A Demissão e a Quebra de Expectativa:
Cerca de 95 colaboradores foram desligados na unidade de Parobé em 20 de outubro, apenas uma semana antes de a empresa protocolar o pedido de recuperação judicial.
Os ex-funcionários, que já haviam enfrentado a difícil situação do desligamento, sentiram-se “enganados” e frustrados pela falta de transparência da diretoria.
O descontentamento se intensificou quando, na data prevista para o pagamento de parcelas de verbas rescisórias, os valores não foram depositados.
O Sindicato das Indústrias de Alimentos e de Bebidas do Rio Grande do Sul (Sindiab) chegou a afirmar que nunca viu tal conduta, onde a demissão precede de forma tão imediata um pedido de recuperação judicial.
O Outro Lado: A Recuperação Judicial e a Dívida
Em resposta à manifestação e à crescente apreensão, o diretor do frigorífico, André Zimmer, manifestou-se por meio de uma nota oficial, conforme reportado por veículos locais.
No comunicado, a empresa esclarece que a paralisação dos pagamentos das rescisões e demais direitos deve-se ao Pedido de Recuperação Judicial , protocolado em 27 de outubro de 2025.
A recuperação judicial é um processo legal que visa reestruturar as finanças para evitar a falência, permitindo que a empresa continue operando.
O Frigorífico Zimmer, que possui mais de 50 anos de atuação e é habilitado para exportar a mais de 20 países, buscou esta medida devido ao alto custo de operação e à retração do mercado nacional.
O passivo total informado no pedido de Recuperação Judicial é estimado em R$ 75 milhões.
A empresa afirma que este é o caminho que está sendo seguido para equacionar os débitos, incluindo os compromissos com os ex-funcionários, e assegura que preserva cerca de 350 postos de trabalho diretos nas suas unidades.
Próximos Passos na Justiça :
A situação segue gerando incertezas para os trabalhadores, cujos direitos agora são tratados dentro do processo legal de recuperação judicial. O Sindicato dos Trabalhadores já indicou que se prepara para a assembleia de credores, onde o plano de recuperação será votado.
Se os ex-funcionários, que são credores de classe I (trabalhistas), não aceitarem a proposta da empresa, o sindicato poderá votar contra o plano, aumentando a tensão em torno do futuro da companhia e do pagamento dos direitos.
Fonte: Repercussão Paranhana