Uma força-tarefa deflagrada no litoral sul, batizada de Operação Makaira, tem como objetivo intensificar o combate à pesca ilegal na região de Rio Grande. A ação, liderada pela Brigada Militar, por meio da 3ª Companhia Independente de Polícia Ambiental (3ª CIPAM), em colaboração com o IBAMA, visa fiscalizar e coibir irregularidades na pesca de espinhel pelágico.
Essa modalidade de pesca, que envolve espécies marinhas como atuns, espadarte e tubarões, está sujeita a um controle rigoroso devido à sua regulamentação por normas internacionais.
O Brasil, como signatário do Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), deve seguir diretrizes específicas para mitigar o impacto da pesca em aves oceânicas, incluindo o controle de horários de lançamento de equipamentos, o uso de linha espanta pássaros e o manejo adequado do lastro.
Durante as ações de fiscalização, uma embarcação foi flagrada operando em desacordo com as normas ambientais. A tripulação estava realizando pesca diurna por mais de 18 horas, uma prática proibida nesse tipo de operação, que exige atividade noturna para reduzir o risco de captura acidental de albatrozes e petréis.
Além da infração ambiental, os fiscais detectaram fraude no Mapa de Bordo, um documento obrigatório para registrar as atividades de pesca. O registro adulterado estava sendo utilizado para ocultar a atividade ilegal das autoridades ambientais.
A operação resultou na apreensão de 14 toneladas de pescado, sendo que 88% eram de tubarão azul, uma espécie de captura controlada. Parte do material apreendido foi destinada ao Programa SESC Mesa Brasil, beneficiando instituições que atuam no combate à fome e à insegurança alimentar. Mais de oito toneladas de peixe foram direcionadas a entidades beneficentes.
Dois mestres de pesca foram detidos em flagrante pelos crimes de pesca proibida e falsidade ideológica. Eles foram encaminhados à Polícia Federal para os procedimentos legais cabíveis.
Fonte: Litoral Mania